A Defesa Civil do Estado informa que, entre este sábado e quarta-feira, a umidade relativa do ar voltará a entrar em queda, principalmente no norte, oeste e centro do Estado de São Paulo, onde haverá risco para incêndios.
A baixa umidade do ar virá acompanhada de fortes rajadas de vento, que podem variar entre 40 km/h e 60 km/h, em grande parte do Estado, principalmente neste sábado e domingo. Os fortes ventos despertam a preocupação, pois, diante de uma queimada, podem espalhar os focos de incêndio para outras áreas.
Operação Estiagem
Para prevenir e combater as queimadas florestais, a Defesa Civil do Estado desenvolve anualmente a Operação Estiagem. A edição deste ano começou em 1º de junho e vai até 30 de setembro. Meses antes, são realizadas as oficinas preparatórias, voltadas para o treinamento e capacitação dos agentes municipais. Somente esse ano, foram capacitados 1,5 mil agentes em 333 cidades do Estado, constituindo brigadas de incêndio locais. Outra importante iniciativa é a ação de aparelhamento dos municípios paulistas, com a entrega de viaturas e equipamentos.
Desde 2020, o governo do Estado investiu R$ 76 milhões, com a aquisição de 478 veículos e mais de 7 mil equipamentos, que foram distribuídos para 412 cidades. Com esses equipamentos, os agentes municipais encontram-se ainda mais preparados para combater os incêndios. Também durante a Operação Estiagem, a Defesa Civil desencadeia planos de contingência nas regiões mais suscetíveis aos problemas decorrentes da seca, por meio do monitoramento da URA (umidade relativa do ar), pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), sempre emitindo alertas à população quando a URA atinge níveis abaixo dos 30%. Também compete ao CGE a contratação de aeronaves de asa fixa para combater os incêndios.
Ferramenta de monitoramento
Neste ano, a Defesa Civil vem testando uma nova ferramenta de monitoramento via satélite, capaz de identificar, em tempo real, áreas de queimadas em todo o território do Estado de São Paulo. A nova tecnologia também emite alertas com as áreas que possuem maior probabilidade às queimadas, classificando-as em alerta, alto ou baixo risco à queimada.
O sistema utiliza dados e imagens de quatro satélites diferentes e a inteligência artificial cruza os dados e exibe aos operadores do sistema os focos de incêndio captados pelos equipamentos. Já para mapear as áreas com maior risco a incêndios, o sistema utiliza diversas variáveis, como, por exemplo, umidade do ar, temperatura, acumulado de chuvas e previsão para os próximos dias, vento e radiação solar. Com esse cálculo, é possível estimar o risco dos próximos cinco dias, permitindo, assim, a adoção de medidas preventivas antecipadas para a prevenção às queimadas.
Nos primeiros meses de teste, foi possível confirmar a efetividade da nova tecnologia. Os operadores conseguiram identificar focos de incêndio em diversos pontos do Estado, permitindo o acionamento do Corpo de Bombeiros e dos agentes da brigada municipal, responsáveis por irem ao local e combaterem as chamas.
Efeitos nocivos
Estudos indicam que a maioria dos incêndios são ocasionados por ação humana, tanto criminosa quanto não intencional. As queimadas emitem gases tóxicos que prejudicam o meio ambiente e a saúde humana, causando problemas no sistema respiratório e desordens cardiovasculares.
Os cidadãos devem colaborar adotando algumas posturas preventivas: não fazer queimada para limpeza de terreno ou para destruição de lixo, optando sempre pelo descarte no lugar indicado; não jogar cigarros ou fósforos acesos às margens de rodovias; e não soltar balões, que, além de ser crime, pode provocar acidentes aéreos e incêndios.
Fonte: O Imparcial