Ligue-se a nós

APEOESP

SEDUC não acata todas as reivindicações da APEOESP e apresenta como será atribuição de aulas

Publicado

no

Houve, porém, recuo em algumas posições iniciais

APEOESP não concorda com caráter punitivo de critérios

Queremos critérios compatíveis com a LC 444/85: tempo de serviço, provas e títulos, valorizando conhecimento, experiência e humanização do trabalho dos professores

APEOESP mantém luta por atribuição de aulas presencial, justa e transparente

Projetos da APD e falta-aula serão encaminhados à ALESP em até 15 dias

Avaliação da videoaula no concurso poderá ser revista

 

Com a presença do Primeiro Presidente e da Segunda Presidenta, Fábio Moraes e Professora Bebel, da Primeira Secretária Geral, Zenaide Honório, do Secretário de Finanças, Roberto Guido, da Secretária de Assuntos Educacionais e Culturais, Francisca Seixas, do Vice-Secretário de Assuntos Educacionais e Culturais, Paulo Neves, do Vice-Secretário de Políticas Sociais e Promoção da Igualdade Racial, Richard Araújo e da Secretária de Direitos Humanos, Mônica Antônio da Silva Fernandes, a Diretoria da APEOESP reuniu-se na manhã desta quarta-feira, 1º de novembro, com o Secretário Executivo da Secretaria Estadual da Educação, Vinicius Neiva, para tratar da atribuição de aulas e outros assuntos emergenciais.

 

De acordo com a SEDUC, projetos da APD e falta-aula serão encaminhados à ALESP em até 15 dias

Antes mesmo que a Diretoria da APEOESP tocasse no assunto, o Secretário Executivo deu a boa notícia de que serão enviados à Assembleia Legislativa os projetos de lei para que as Atividades Pedagógicas Diversificadas (APD) sejam cumpridas em local de livre escolha e pela reinstituição da falta-aula, pois essa cobrança já fora feita em junho, na presença do Secretário Renato Feder na Comissão de Educação e Cultura da ALESP e em inúmeras solicitações posteriores da APEOESP.

Entretanto, estamos atentos e queremos ver de que forma esses textos serão apresentados para a deliberação das Deputadas e Deputados da ALESP.

 

Atribuição de aulas: APEOESP reivindica classificação por tempo de serviço, provas e títulos

A Diretoria da APEOESP insistiu junto ao Secretário Executivo e à equipe da SEDUC que, diante de todas as injustiças ocorridas com a nossa categoria no processo de atribuição de aulas para o ano de 2023, em decorrência da imposição da Lei Complementar 1374 (que instituiu o subsídio e desmontou nossa carreira), os critérios para a atribuição de aulas de 2024 deveriam seguir as normas previstas na Lei Complementar 444/85, que a LC 1374 revogou.

Para nós, portanto, os critérios de tempo de serviço, títulos e provas são o único meio de corrigir as injustiças, pois são critérios que valorizam o conhecimento, a experiência e respeitam os profissionais da Educação no sentido humano. Hoje, lamentavelmente, vivemos um processo de desumanização dos professores, transformando-os em meros executores, despersonalizando e automatizando seu trabalho, o que não tem racionalidade alguma. Os recentes processos de atribuição de aulas expressam isso.

No nosso entendimento, e sempre lutamos por isso, o momento deveria ser de escolha de aulas pelo professor e não de atribuição de aulas a ele. Ocorre que sucessivos governos fazem desse processo, muitas vezes, um espaço para tentar resolver problemas administrativos e orçamentários da pasta, que não podem ser equacionados prejudicando os profissionais da Educação.

Enfrentamos, de fato, um Governo que se mostra avesso ao diálogo e à negociação, e cada passo conquistado é fruto de muito esforço, pressão e mobilização. Foi neste contexto que se deu nossa conversa com a direção da SEDUC, assim como nos contatos anteriores. Não obtivemos, assim, o recuo pelo qual lutávamos, mas conseguimos arrancar o possível no atual contexto.

 

Haverá duas fases para a atribuição de aulas

O Secretário Executivo informou que haverá duas fases para o processo de atribuição de aulas. Uma delas atenderá a atribuição de aulas dos professores efetivos (A) e estáveis (F), cujas regras, em linhas gerais, apresentamos neste boletim, de acordo com o que foi informado na reunião.

A segunda fase será de atribuição de aulas para os professores temporários (categoria O). A SEDUC estabeleceu a nota do concurso como fator de classificação no caso dos professores da categoria O.

De acordo com o Secretário Executivo, os contratos serão rescindidos em 31 de dezembro de 2023 e, para que todos possam participar normalmente da atribuição e ministrar aulas em 2024, a SEDUC atrasará o início do ano letivo para 15 de fevereiro, após o período da quarentena.

Os PEB I da categoria O e os demais professores temporários que não tenham participado do concurso, deverão se inscrever no Banco de Talentos.

 

Jornada perde força como critério na classificação

De acordo com a SEDUC, a jornada de trabalho do/a professor/a será ponderada como 10% dos critérios na classificação para atribuição de aulas.

Lembremos que a posição inicial da SEDUC, apesar das promessas eleitorais, era a de manter a jornada de trabalho, se não como o único critério para a classificação da atribuição de aulas, como o principal critério. Nas primeiras conversas, a SEDUC chegou a falar que a jornada contaria como 80% do total de variáveis para a classificação. Mais tarde, colocou-a como 50% dos critérios totais, o que, evidentemente, também não aceitamos, face a todas as distorções e injustiças que a imposição da jornada no processo causou. Insistimos, desde o início, que o artigo 80 da LC 1374/2022 deveria ser simplesmente revogado. Aliás, nossa luta é pela revogação integral desta lei.

A jornada jamais poderia ser considerada como critério para a atribuição de aulas, em primeiro lugar porque nós, professores e professoras da rede estadual de ensino, não temos jornada de trabalho, a não ser no caso de PEB I. Indo além, conceitualmente, a jornada de trabalho não pode ser critério porque é um componente intrínseco ao trabalho do professor e da professora e não um atributo individual que o/a qualifique ou diferencie dos demais.

Lutamos por uma jornada de 30 horas semanais de trabalho, na qual o/a professor/a possa se dedicar a uma única unidade escolar, com salário digno e condições de trabalho.

 

Tempo de serviço e lista única de classificação

Conforme informou o Secretário Executivo, o tempo de serviço responderá por 45% na ponderação dos critérios para a classificação da atribuição de aulas. Nossa reivindicação, como já assinalamos, foi a de que esse fosse o principal critério, com o maior peso dentro todas as variáveis. Inicialmente, porém, na proposta da SEDUC, esse peso era ainda menor face à jornada de trabalho.

Além da jornada e da assiduidade, que tratamos em tópicos específicos neste boletim, a SEDUC informou as ponderações dos seguintes fatores:

Ü Desenvolvimento (cursos e trabalho nas escolas): 10%

Ü Titulação: 10%

Uma das alterações que conseguimos foi a volta da lista única de classificação, de acordo com a situação funcional (efetivos, estáveis, temporários), superando a traumática imposição de duas listas, uma para cada jornada de trabalho, como ocorreu na atribuição passada, e que tantos prejuízos causou à categoria.

 

Assiduidade na classificação para atribuição de aulas é injusta, punitiva e desumana

A SEDUC informou que o critério de assiduidade será ponderado como 25% na classificação para a atribuição de aulas.

A Diretoria da APEOESP também foi firme e enfática em rejeitar que o critério da assiduidade ou licença-saúde figure na classificação, porque se trata de mais uma desumanidade cometida por esse governo. Em primeiro lugar, o/a professor/a se encontra adoecido pelas péssimas condições de trabalho, desvalorização profissional, baixos salários, violência nas escolas e muitos outros fatores.

Em segundo lugar, já sofrem descontos e já são prejudicados em suas vantagens pessoais, no bônus e na sua qualificação para diversas situações dentro da carreira (que, aliás, se encontra atualmente estagnada). Impor esse critério na atribuição de aulas é punir dupla ou triplamente o mesmo docente. O/a professor/a hoje sequer tem direito de ir ao médico ou atrasar-se alguns minutos, pois perde o salário do dia inteiro de trabalho.

Nosso sindicato está estudando medidas jurídicas com relação a este ponto, mesmo porque não foi respeitado o princípio jurídico da anterioridade, ou seja, os professores deveriam ter conhecimento prévio de que tal critério seria utilizado para este fim.

 

Revisão da lei das faltas médicas

A Diretoria da APEOESP reivindicou da SEDUC a volta das faltas médicas parciais, tais como previstas na Lei Complementar 1041/2008, que desde a LC 1374 não se aplica mais aos professores. Além de prejudicar toda a categoria de forma geral, a não existência da falta médica parcial atinge particularmente os professores e as professoras com doenças crônicas e graves, como o câncer, por exemplo.

 

Avaliação das videoaulas no concurso poderá ser revista

A APEOESP apresentou à SEDUC, novamente, a solicitação para que seja revista a videoaula como fator de avaliação e classificação no recente concurso de professores da rede estadual de ensino.

O Secretário Executivo informou que acatou os argumentos da APEOESP em relação à severidade da avaliação deste fator, que provocou sérias injustiças e prejuízos aos professores, e que a SEDUC oficiou à VUNESP para que haja avaliação dessa prova segundo os critérios entendidos adequados, e não pela maneira que a avaliação se deu.

 

SEDUC diz priorizar estudantes da rede estadual no Provão Paulista

Atendendo reclamações de estudantes de diferentes localidades, a Professora Bebel, Deputada Estadual e Segunda Presidenta da APEOESP, apresentou ao Secretário Executivo informações de que estudantes dessas localidades do interior, especialmente dos Institutos Federais, enfrentam dificuldades para se inscreverem no Provão Paulista e para a realização das próprias provas, tendo que se deslocar até a Capital.

Em resposta, o Secretário Executivo informou que de fato o procedimento foi adotado pela SEDUC para priorizar os estudantes da rede estadual de ensino, que, de acordo com suas palavras, não possuem as mesmas condições de aprendizagem e acesso ao conhecimento que os estudantes de outras instituições.

A Professora Bebel protocolou documento em que solicita a revisão da medida para democratizar o acesso ao Provão Paulista.

A APEOESP reafirmou seu posicionamento em defesa da realização do Provão Paulista no noturno, para viabilizar a participação dos estudantes trabalhadores matriculados neste turno, que sofrerão mais uma vez um processo de exclusão.

 

 

Fonte: APEOESP (Informa Urgente 103/2023)

Continuar Lendo
Publicidade
Clique para comentar

DEIXAR UM COMENTÁRIO

Política de moderação de comentários: A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro ou o jornalista responsável por blogs e/ou sites e portais de notícias, inclusive quanto a comentários. Portanto, o jornalista responsável por este Portal de Notícias reserva a si o direito de não publicar comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários anônimos ou que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica, multiplicidade de nomes para um mesmo IP ou invasão de privacidade pessoal e/ou familiar a qualquer pessoa. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos, bem como comentários com links. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.