O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira que é pessoalmente contra a taxação de compras internacionais de até US$ 50, mas indicou que não deve vetar a medida. O projeto de lei que ficou conhecido como “taxa das blusinhas” aguarda a sanção presidencial.
Opresidente Lula criticou a taxação dos itens, que segundo ele, prejudica a parcela mais pobre da população.
— São coisas que estão aí baratinhas, para cabelo, um monte de coisa, sabe US$ 50. Para que taxar US$ 50? Por que taxar o pobre e não taxar o cara que vai no free shop e gasta US$ 1 mil? É apenas uma questão de consideração com o povo mais humilde desse país, as pessoas pagam US$ 50 e tem que pagar imposto e o cara que gasta US$ 1.500 não paga. Essa foi minha divergência, por isso eu vetei.
Lula, indicou, no entanto, que não deve vetar o projeto, após ter selado um acordo sobre o tema e assumido um “compromisso” com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
— Depois houve uma tentativa de fazer acordo e eu assumi um compromisso com o Haddad que eu aceitaria colocar o PIS/Cofins para a gente cobrar, que dá mais ou menos 20%. Isso está garantido. Eu estou fazendo isso pela unidade do Congresso e do governo e das pessoas que queriam, porque eu pessoalmente acho equivocada a gente taxar as pessoas humildes que gastam US$ 50 — afirmou o presidente.
A Câmara aprovou, na última terça-feira, por 380 votos a 26, o projeto de lei que cria incentivos para a indústria automobilística, chamado de “Mover”, com as alterações feitas pelo Senado. Agora, o texto aguarda a sanção do presidente.
Fonte: O Globo