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Assembleia decide manter greve e mobilização em defesa da vida

Reunidos em assembleia estadual regionalizada, professores e professoras decidiram manter a greve e o movimento em defesa da vida, pela suspensão total e imediata das aulas e atividades presenciais em todas as escolas públicas.
A tragédia se amplia
O Brasil e o estado de São Paulo vivem o pior momento da pandemia. Foram registradas no dia 4/3 um total de 1.786 mortes em 24 horas, totalizando 261.188 óbitos desde o início da pandemia, com um total de 10.793.732 casos registrados. No estado de São Paulo foram 313 mortes em 24 horas, totalizando 60.694 óbitos desde o início da pandemia.
Na nossa categoria, já registramos 2022 casos de Covid-19 em 933 escolas e lamentavelmente, já temos 27 óbitos desde o início de fevereiro, sendo 26 profissionais da Educação e uma estudante, que estiveram nas escolas realizando atividades presenciais.
Não podemos ver apenas números nesses resultados. Hoje o Brasil possui milhares de famílias que choram a perda de seus entes queridos e infelizmente, a cada novo dia a tragédia se amplia. Os sistemas de saúde, públicos e privados, estão à beira do colapso e as pessoas estão morrendo sem assistência.
Carreta em defesa da vida
Por isso, estamos em luto e na luta, nas escolas, nas ruas e em todos os espaços. No final da carreata em defesa da vida que realizamos no dia 4/3 do MASP até a SEDUC, fizemos uma tocante homenagem aos profissionais da educação e à estudante mortos devido à irresponsabilidade do governo Doria/Rossieli e cobramos de forma veemente a suspensão total das aulas e atividades presenciais nas escolas. No dia 12/3, sexta-feira, estaremos novamente nas ruas em carreata, rumo ao Palácio dos Bandeirantes.
Em todo o mundo os governos atuam de forma firme e constante para conter o vírus e efetivamente tem havido uma queda acentuada, resultado dessas políticas e das campanhas de vacinação que estão promovendo. No Brasil, estamos caminhando em sentido inverso: a pandemia cresce, sem políticas públicas, sem testagem e sem vacinação em massa.
Manter escolas abertas é autorizar a morte
Embora tenha tomado a decisão de retomar a quarentena com maior rigidez –porém menor do que seria necessária para conter a propagação do vírus – o governador João Doria decidiu manter as escolas abertas, adotando a posição defendida pelo secretário da Educação, Rossieli Soares. Deixou, assim, de seguir a recomendação do secretário da Saúde, Jean Gorintchen, de outros secretários e do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde, todos pela suspensão das aulas presenciais e fechamento das escolas.
Rossieli utiliza argumentos falsos
O secretário Rossieli Soares faz um movimento no sentido de esvaziar as escolas, porém mantendo-as abertas. Justifica essa decisão afirmando que devem frequentá-las os estudantes “que mais precisam” e entre esses motivos estaria a necessidade deles terem acesso à merenda escolar. Isto é falso! Não há de fato alimentação nas escolas estaduais, mas apenas bolachas secas.
Segurança alimentar já!
Se o secretário de fato quer garantir alimentação, deve prover segurança alimentar, providenciando a entrega de cestas básicas às famílias desses estudantes. É o que reivindicamos, porque no orçamento do Estado existe verba destinada à alimentação escolar, composta inclusive por verbas do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Lutamos também para que o governo do Estado institua um auxílio emergencial, além de lutarmos pela retomada e ampliação do auxílio emergencial em nível nacional.
Rossieli coloca em risco os mais vulneráveis
O outro argumento que não se sustenta é que muitos estudantes não possuem condições de acesso à Internet. Isso é verdade, mas o governo não vai resolver essa questão colocando a vida desses estudantes e de suas famílias em risco e sim provendo meios para o acesso, além de diversificar as formas de lhes oferecer atividades educativas, usando por exemplo o rádio e a TV, como já propusemos.
O secretário Rossieli Soares está deliberadamente colocando em risco a vida dos mais vulneráveis, ao induzir que esses estudantes frequentem presencialmente as escolas no auge da pandemia, quando todos os estudos científicos apontam a alta taxa de contágio e extrema rapidez do desenvolvimento da Covid-19 em função das novas variantes do novo coronavírus que estão circulando.
Nosso diálogo com os pais/mães e sociedade salva vidas
De nossa parte, temos dialogado de forma permanente com a população, por meio dos carros de som, panfletagens, nas escolas e outras formas de contato, e temos obtido grande êxito nesse trabalho, pois pais e mães não estão enviando seus filhos às escolas. Menos de 5% dos estudantes estão hoje frequentando presencialmente as unidades escolares e este número irá cair próximo de zero. Portanto, a decisão lógica, responsável e sensata deve ser a suspensão total e imediata de todas as atividades e aulas presenciais nas escolas, seu fechamento e continuidade exclusiva do trabalho remoto, até que haja condições efetivas para a sua reabertura. Isto é defender a vida!
Vacinação já!
Uma das condições fundamentais é, sem dúvida alguma, a vacinação. Estamos em campanha pela garantia de vacinas para todos e, ao mesmo tempo, para que seja garantida a vacinação dos profissionais da Educação na primeira etapa, juntamente com os profissionais da saúde e demais segmentos considerados prioritários.
Fonte: APEOESP (Informa Urgente 043/2021)-Parte 1
