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Assembleia popular apoia greve sanitária em defesa da vida

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Profissionais da educação, estudantes, centrais sindicais, pais, mães e outros segmentos sociais participaram de assembleia popular virtual convocada pela APEOESP na tarde de quarta-feira, 10 de fevereiro, da qual resultou o Manifesto (anexo), em apoio à greve sanitária em defesa da vida, contra a volta às aulas presenciais no estado de São Paulo.

O Manifesto está publicado também em nosso portal – https://bit.ly/2Z4oTzB. Interessados em somar nesta luta podem assiná-lo, enviando nome e entidade que representa para o email presiden@apeoesp.org.br.

A assembleia , em acordo com as denúncias feitas pela APEOESP, considera insana e irresponsável a determinação de retorno às aulas presenciais por parte do secretário da Educação e do governador, sem qualquer plano de vacinação aos professores, além da precariedade na estrutura física e pessoal em todas as escolas.

Continuam alarmantes dos dados recebidos pelo Sindicato em relação à Covid-19: em 125 escolas, já se contabilizam 247 casos.

Supervisores, diretores, funcionários, demais membros das equipes escolares, juntamente com professores, estudantes, pais e mães, fiscalizarão e denunciarão as reais condições estruturais das escolas através da constituição de comitês de vigilância em todas as regiões do Estado.

A greve em defesa da vida vai continuar. Somos 15% em trabalho remoto e apenas 5% de estudantes comparecendo às unidades, reconhecendo que aprendizagem pode ser recuperada, vidas não.

Anexo Manifesto

 

Manifesto de apoio à greve em defesa da vida, contra o retorno às aulas presenciais

Nós, representantes das entidades abaixo assinadas, vimos a público manifestar irrestrito apoio aos professores da rede estadual de ensino de São Paulo, que continuam em greve sanitária em defesa da vida, iniciada em 8 de fevereiro, contra a insanidade da volta às aulas presenciais em meio a uma pandemia que já matou mais de 233 mil brasileiros e brasileiras.

Os professores e as professoras de São Paulo que aderiram à greve colocaram-se em trabalho remoto e estão cumprindo um dever cívico de defender a vida.

Enquanto isso, a postura negacionista e irresponsável do secretário da Educação do Estado, que obrigou a presença dos professores nas escolas e mandou iniciar as aulas em 8 de fevereiro, apesar da gravidade da pandemia, não representa uma ameaça apenas aos integrantes da comunidade escolar, mas a toda a sociedade, pois contribui diretamente para que vírus continue a circular, agora em parcelas ainda mais amplas da população.

O perigo não está apenas nas escolas, que não dispõem de condições de ventilação, equipamentos de proteção individual, número de funcionários e outras condições estruturais para que sejam assegurados os protocolos de segurança sanitária, mas também no trajeto, que é feito em ônibus, trens e metrô lotados.

Os funcionários da limpeza, de empresas terceirizadas, são em média apenas em torno de 1 a 2 por escola, absolutamente insuficientes para manter a limpeza geral de três em três horas, como define o protocolo de segurança sanitária. Em muitas escolas falta papel higiênico. O álcool em gel disponibilizado pelo governo venceu em janeiro! De acordo com estudo encomendado pela APEOESP ao Instituto dos Arquitetos do Brasil – Seção São Paulo e DIEESE, 82% das escolas estaduais não possuem mais que dois banheiros para os estudantes. Há mais de mil salas de aula totalmente inadequadas no estado.

Supervisores, diretores, funcionários, demais membros das equipes escolares, comprometidos com a defesa da vida, juntamente com professores, estudantes, pais e mães, fiscalizaremos e denunciaremos as reais condições estruturais das escolas, para mostrar a toda a sociedade a manipulação irresponsável que embasa a insana decisão de retorno às aulas presenciais neste grave momento. Em cada região serão constituídos comitês de vigilância por grupos de escolas com a participação de todos os segmentos com essa finalidade.

Os professores e demais profissionais da educação estão do lado justo e correto. A população entende e apoia a sua luta pela vida, que é uma luta de todos e todas. Por isso, pais e mães não mandam seus filhos às escolas. O percentual de comparecimento de estudantes se mantém em torno de 5%, quando o governo queria algo entre 35% e 70%.

O dado alarmante é que a APEOESP já registrou, em apenas 123 escolas, 243 casos de Covid-19 nos últimos dias. As subsedes da APEOESP e os professores estão exigindo que todas essas unidades sejam fechadas e entrem em trabalho remoto imediatamente. Estão, inclusive, recorrendo ao Ministério Público para que isso ocorra. É preciso deter o vírus.

Os professores e demais profissionais da educação dizem, com razão:

Retorno às aulas presenciais somente com a vacinação dos profissionais da educação na primeira etapa e condições de segurança sanitária nas escolas.

 

Aprendizagem se recupera. Vidas não!

 

 

Fonte: APEOESP (Informa Urgente 027/2021)

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