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‘Jogo do Tigrinho’: família de jovem que sumiu por uma semana após se endividar quer vender carro

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A família da jovem que sumiu por mais de uma semana após se endividar no “Jogo do Tigrinho” quer vender o único carro da família para liquidar uma dívida de 25 mil reais contraída na casa de apostas online.
A enfermeira de 23 anos saiu de casa, em Piracicaba, no interior de São Paulo, e ficou uma semana desaparecida. Os pais de Gabriely Sabino, de 23 anos, registraram um boletim de ocorrência na ocasião e só tiveram notícia dela dias depois. Ela ficou desaparecida por uma semana e foi localizada nesta segunda-feira, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
De acordo com o advogado da família, Gabriely revelou que estava sendo pressionada por agiotas depois que perdeu a quantia no jogo de cassino online:
“Vida que segue. Eles nem querem mais falar sobre o assunto pra que não fique estigmatizado. Eles querem pagar e não deixar o assunto evoluir. O pai falou até em se desfazer do único veículo que ele tem pra pagar isso aí”.
A defesa detalha que Gabriely estava trocando mensagens com uma moradora de Campo Grande que disse que a acolheria no momento de desespero, já que ela não tinha coragem de assumir a dívida que fez para os pais.
Dias depois, a jovem ligou para a família e informou que embarcaria com destino ao Aeroporto de Guarulhos. Mesmo com medo de ser uma emboscada, os pais aguardaram a enfermeira no local e hoje estão aliviados com o retorno da jovem, que foi aceita de volta no trabalho e prestou depoimento à polícia na segunda-feira (24).
“Querem pagar e morreu o assunto. Não teve sequestro, não teve cárcere privado, não teve abuso sexual, não teve nada… não era tráfico de pessoas, né, o leocínio [uma prática criminosa que consiste em explorar, estimular ou facilitar a prostituição sob qualquer forma ou aspecto], que era uma coisa que preocupava também por ser o Mato Grosso do Sul uma divisa de países, né? Mas tá tudo certo, foi só uma questão que ela mesma assumiu que tava tudo bem e quis se reservar a não dizer onde estava lá no Mato Grosso [do Sul] para preservar a pessoa [que a acolheu]”, afirma o advogado Oscar Silveira Junior, que assessora a família.
Ele relata que os pais de Gabriely vão procurar tratamento psicológico para a jovem e que a preocupação agora é pagar a dívida para encerrar o assunto. O caso, em si já, está fechado.
“Ela comentou sobre procurar tratamento psicológico, né, por questão de tudo que aconteceu, mudou muito a confiança da família. Sobre os jogos, não sei se chega a ser uma compulsão, mas tendia a caminhar para isso. Depois que aconteceu tudo isso, eu fui saber desse jogo, que nem eu conhecia, um monte de gente nova, molecada, tá entrando nessas e é uma loucura, né?”, conta Oscar.
Perigos e dívidas em cassinos online como o “Jogo do Tigrinho”
Assim como a Gabriely, muitos jovens estão perdendo quantias enormes de dinheiro nos cassinos online. O “jogo do tigrinho” é famoso por prometer ganhos astronômicos. Na prática, o objetivo é que o jogador faça uma combinação de três figuras iguais nas três fileiras que aparecem na tela. É praticamente um caça níquel online, que vem investindo pesado em publicidade e robôs nas redes sociais.
Muito provavelmente você ou alguém que você conhece já deve ter recebido alguma solicitação no Instagram de algum perfil com a logomarca do Fortune Tiger, o jogo do tigrinho, ou ter sido colocado em algum grupo indesejado de apostas online no Whatsapp – saiba como se livrar desses grupos.
No último domingo (23), uma reportagem do Fantástico mostrou que os jogos do tigrinho estão hospedados em plataformas clandestinas, não são auditáveis e não seguem regra alguma.
É diferente das plataformas legalizadas de apostas esportivas, por exemplo, conhecidas como “bets”, que seguem uma regulamentação.
“É o problema mais grave depois da dependência do álcool e do tabaco”, diz psiquiatra
Vício em jogo não é novidade, mas a facilidade da plataforma na palma da mão fez o alcance entre jovens e adolescentes ser maior, apesar de atingir adultos também.
A Dra. Vanessa Greghi, Médica Psiquiatra, diretora médica do Instituto de Psiquiatria Paulista (IPP), fala sobre os riscos do uso desse tipo de aplicativo, que pode causar grande dependência, intensificando os prejuízos financeiros:
“[O jogo de azar] é um problema grave de dependência comportamental, o mais grave depois da dependência do álcool e do tabaco. E cada vez está sendo um problema muito preocupante, porque se antes a gente tinha esse problema do transtorno, do jogo compulsivo, com bingo, que a pessoa tinha que ir no local, agora é muito mais fácil ter o celular na mão. E é um transtorno de compulsão e o paciente tende a ir perdendo o controle, fazer apostas cada vez maiores.”
Fonte: CBN
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