Língua de Trapo
Língua de Trapo 001/2020
Mesma língua – Muito bacana ver que em tempos de pandemia, a Associação Comercial e Empresarial de Osvaldo Cruz (ACEOC) e a Prefeitura falam a mesma língua e mobilizam ações conjuntas no combate ao coronavírus. Não é em todas as cidades que isso ocorre. Parabéns aos que estão à frente de ambas instituições pelo diálogo!
Discurso de Bolsonaro – O discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, ontem, 24, foi péssimo, com ataques desnecessários em um momento totalmente desapropriado. Mas, a bem da verdade, e não com essas palavras, o que o presidente disse foi para as pessoas que não são grupos de risco devem voltar ao trabalho para o país não falir. Porém, quem é grupo de risco (pessoas acima de 60 anos, gestantes, com baixa imunidade, pressão alta, diabéticos, com câncer, etc.), deve permanecer em isolamento.
Discurso de Bolsonaro II – Algumas pessoas acharam que ele disse pra todo mundo voltar as suas atividades corriqueiras, o que não é verdade. Nem todos entenderam a referência sobre a gripe, pois não acompanham o Twitter, nem a pessoa que Bolsonaro citou que falou a mesma coisa, que no caso é o Drauzio Varella. Que, diga-se de passagem, é algo que não acrescenta nada ao discurso.
Discurso de Bolsonaro III – Em resumo, ele disse: saudáveis trabalhando; grupos de risco isolados. No ponto de vista dele, se tudo permanecer parado, o país vai quebrar. Vale lembrar que alguns governadores já estão fechando suas cidades e não estão nem deixando entrar comida. Outros governadores mandaram saquear distribuidoras de remédios.
Discurso de Bolsonaro IV – O maior erro do discurso de Bolsonaro foi fazer uso da palavra “escola”, pedindo para que os alunos retornem às aulas. Qualquer marqueteiro que se prese jamais permitiria Bolsonaro convocar as crianças e os adolescentes para retornarem aos estudos (pelo menos não neste momento). Seu apelo deveria ser para comerciantes e industriais voltarem às suas atividades e, posteriormente, quando esses retornassem, pedir aos alunos para voltarem às escolas.
Oportunistas? Não: falta de caráter mesmo – Na semana passada, antes do decreto que determinou a paralização do comércio, foram vários funcionários da área privada que tiveram comportamento oportunista de irem aos postos de saúde e afins na busca de qualquer atestado médico, apontando qualquer motivo que seja, para não irem trabalhar. Taís cidadãos envergonham os brasileiros de bem.
Falta vergonha na cara – Em meio a tantas medidas tomadas pelos governos em todas as esferas, até agora praticamente nenhuma ação no sentido de enxugar a máquina pública foi feita. Deputados e senadores continuam com direito à uma infinidade de auxílios (transporte, moradia, paletó etc.) e regalias (aposentadoria pomposa, diversos cargos de confiança em seus gabinetes etc.). No linguajar popular, quando tomarão vergonha na cara e acabarão com toda essa zona no Congresso, nas Assembleias Legislativas e no Senado?
P.S. – Com apenas uma semana do lançamento do JCA na web (www.jornalcidadeaberta.com.br), o número de acessos está alcançando a casa dos 30 mil. Uma pena somente o fato do site estar sendo lançado em pleno período de pandemia. Inté pra próxima…