Língua de Trapo
Língua de Trapo 003/2020

Exemplo a ser seguido – O prefeito de Tupã, Caio Aoqui (PSD), assinou nesta quarta-feira, 23, um decreto que determina um corte de 40% em seu próprio salário e 20% nos salários de seus secretários. Os valores serão repassados à Saúde e devem reforçar as ações daquele município contra o Covid-19. A medida tem validade de 60 dias e pode ser prorrogada caso a pandemia não seja controlada. De acordo com o último boletim divulgado pela secretaria de Saúde, Tupã tem dois casos confirmados de coronavírus, cinco suspeitos aguardando resultados, 23 notificações suspeitas e 16 casos descartados. É verdade que, proporcionalmente, as suspeitas de casos em Osvaldo Cruz é bem inferior, o que não impediria o prefeito Edmar Carlos Mazucato (PSDB) de adotar medida semelhante em seu próprio salário, bem como nos salários de seus secretários e, talvez não diretamente reverter para a Saúde Municipal, mas para melhorar o ticket de alimentação dos demais servidores do município, por exemplo. Ou talvez para aquisição de cestas básicas para famílias de baixa renda. E isso não só Osvaldo Cruz deveria fazer. Mas toda a Alta Paulista. Bem como não só o Executivo, mas também os vereadores deveriam adotar medida semelhante.
Começaram a dizer adeus – A unidade da Chiquinho Sorvetes de Osvaldo Cruz é uma das primeiras a declarar o encerramento de suas atividades frente à pandemia do novo coronavírus. Instalada na cidade há cinco anos, a direção da empresa publicou em sua página oficial no Facebook ontem, 22, uma nota onde dizia: “[…] Há alguns meses, recebemos a notícia que teríamos que deixar esse prédio onde estamos localizados no momento, pois o proprietário pediu o imóvel para outro fim. A pandemia chegou para piorar esse cenário, afinal, não é viável reformar um novo prédio, ter gastos sem ter a certeza de como será o amanhã. Enfim, fechamos nossas portas com lágrimas nos olhos e um aperto no coração. […]”. Ainda de acordo com a nota, a empresa manterá suas portas abertas somente até o dia 30 de abril. Uma triste despedida de um estabelecimento comercial que muito alegrou e permitiu confraternizações de jovens e adultos. Infelizmente, se tornou um número de um triste dado estatístico que tende a aumentar com essa medida preventiva de combate à pandemia.
Falta de noção – Vergonhosamente, a agência do Banco do Brasil de Osvaldo Cruz está permitindo em seus caixas eletrônicos um saque diário de até R$ 150. Se o objetivo da medida preventiva é evitar aglomerações, a agência em questão está fazendo exatamente o contrário, “obrigando” muitos de seus clientes irem ao banco três ou quatro vezes na semana para poder retirar seu dinheiro de acordo com as suas necessidades.
AMNAP quer flexibilização do comércio – Apenas 11 prefeitos da Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista (AMNAP) assinaram um manifesto destinado ao governador do Estado, João Doria Júnior (PSDB), pedindo a flexibilidade de seu decreto para que o comércio da região (que possui cerca de 400 mil habitantes) possa voltar a abrir suas portas. O pedido, feito através do Ofício 060/2020, leva as assinaturas dos prefeitos de Adamantina, Bastos, Flórida Paulista, Inúbia Paulista, Irapuru, Mariápolis, Osvaldo Cruz, Parapuã, Sagres, Tupã e Tupi Paulista. A reunião do último dia 17 contou com a presença de mais prefeitos, porém, até o momento não há nenhuma nota oficial deles que venha justificar a razão que os levarão a não assinar o ofício.
Briga de gado – A pandemia do coronavírus tem servido de combustível para alimentar a guerra ideológica entre esquerdopatas e bolsomínions. A extrema esquerda, que se posiciona contrária a toda ação do presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido), decidiu abraçar Doria e mais meia dúzia de governantes estaduais que, em um ato que visa a saúde e deixa de lado a economia, decretou a paralização do comércio e que está levando empresários a falência e aumentando o desemprego. Já a extrema direita, que apoia todo e qualquer mando e desmando do presidente da República, decidiu abraçá-lo, em um ato que visa a economia e deixa de lado a saúde, e descrer na força do vírus que ceifou milhares de vidas na Europa e nos Estados Unidos em pouquíssimo tempo, considerando-o como uma “gripezinha qualquer”. Os esquerdistas chegaram ao ponto de apoiar o então ministro da Saúde do Governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta (isso por que, para eles, nenhum ministro do presidente prestava. Mas Mandetta, que se posicionou contrário a Bolsonaro, passou a prestar). Já os de direita, que vestiram a camiseta do “Bolsodoria” nas Eleições 2018, passaram a classificar o governador do Estado de São Paulo como oportunista. Fato é, enquanto muitos países mundo a fora estão com suas respectivas populações se unindo e se solidarizando em combate a pandemia, no Brasil, ainda existe uma parcela de “gado” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de Bolsonaro que continua a se alfinetar e culpar um ao outro por todo o caos que o país possa viver por causa da pandemia. A bem da verdade, Doria está errado em não ouvir economistas e ponderar suas ações de paralisação do comércio, assim como Bolsonaro está errado querendo forçar a população a acreditar que a Covid-19 é apenas uma gripe comum (que só nos Estados Unidos já matou quase 50 mil pessoas e no Brasil quase 3 mil).
P.S. – Não bastasse a briga de gado dos militantes alienados da esquerda e da direita, a população nacional ainda é obrigada a assistir um jornalismo baixo e partidário das três maiores mídias televisivas do país. A TV Globo, por exemplo, quer endiabrar Bolsonaro reproduzindo falas editadas e até fora de contexto que induzem o telespectador a crer que o presidente é o próprio demônio. Por outro lado, a TV Record faz dele um semideus, quase que cultuado pelo bispo Edir Macedo e uma corja que contém alguns líderes religiosos sujos, que vivem de explorar a fé de seus fieis e que envergonham qualquer cristão que segue os preceitos apregoados por Jesus Cristo e seus apóstolos. Já o SBT, em um ato de saber lucrar com a desgraça alheia, está sempre dando voz a Bolsonaro, seus filhos e seus ministros em sua programação, onde apresentadores chegam a promover uma bajulação nojenta ao governo. O jeito é assistir lives dos cantores mesmo. Inté…
