Língua de Trapo
Língua de Trapo 009/2020

Coerência zero – O Decreto Municipal que estabelece o horário do funcionamento do comércio em Osvaldo Cruz é no mínimo incoerente (como a maioria dos decretos municipais, estaduais e federais, que regem normas de adaptações à pandemia). No intuito de evitar aglomerações, o decreto assinado pelo prefeito Edmar Carlos Mazucato (PSDB) deixa claro que a avenida Brasil não deverá ser interditada no horário especial noturno para as vendas de Natal. Ou seja, ao invés de promover o distanciamento social, fazendo da avenida um calçadão, o decreto acaba agindo de modo contrário, concentrando os consumidores nas calçadas. Uma verdadeira palhaçada.
A pandemia virou desculpa para incoerências – Nesse mesmo decreto que rege que a avenida Brasil não será interditada, é estabelecido também o horário de funcionamento do comércio. Diferente dos anos anteriores, quando o comércio abria em horário especial das 20h às 22 horas, neste ano, com a desculpa da pandemia, o comércio abrirá em horário especial das 18h às 20 horas. O motivo: nada que consiga justificar qualquer coerência. Oras, se bares, lanchonetes, pizzarias, sorveterias e diversos outros estabelecimentos podem abrir suas portas até as 22 horas, sem infringir nenhum decreto, por que os lojistas não podem também? Detalhe: Adamantina vai abrir até as 22 horas como em todos os anos tem feito no horário especial de fim de ano.
E as ações (ou falta de ações) que geram incoerência, continuam – É, no mínimo, curioso ver que nenhum vereador, prefeito ou qualquer outro representante do Poder Público ou de entidades sociais do município tem se atentado com a fiscalização do fornecimento de molhos em lanchonetes na cidade (onde a grande maioria das lanchonetes compartilham bisnagas com os clientes ao invés de oferecerem saches individuais). Da mesma forma, também é curioso não ver nenhuma atuação pública em sorveterias que disponibilizam self-service (afinal, não vá querer convencer ninguém que disponibilizar luvas descartáveis para as pessoas se servirem seja medida preventiva suficiente). A pandemia em Osvaldo Cruz é assim: para uns a lei, para outros o rigor da lei.
Barganha – O atual presidente da Câmara de Osvaldo Cruz, Homero Morales Massarente (MDB), criou em sua gestão um cargo de confiança atualmente não ocupado por ninguém. Esse cargo de confiança, no entanto, é um dos fatores que deverá definir a votação do próximo presidente da Câmara. Isso porque, a velha política do “toma lá, dá cá” tem se mostrado cada vez mais atual. Dizem as más línguas que tem vereadores eleitos que tem prometido seu voto aos futuros candidatos à presidência da Câmara desde que o cargo criado por Massarente passe a ser ocupado por quem estão sugerindo na “negociação”. Ventila-se nos bastidores que os nomes mencionados até agora são do Crideira (esposo da vereadora Gilma Martins – PSDB – que disputou as Eleições 2020 como candidata a vice-prefeita e não obteve êxito), do vereador Fábio Bertassi (PV – que foi candidato à reeleição, mas não conseguiu se reeleger) e do patriota Allan Benitez (candidato a vereador pela primeira vez e que não foi eleito). Façam suas apostas!
Todos querem uma fatia – Assim como tem gente querendo a vaga do cargo de confiança criada por Homero Massarente e que nunca foi ocupada, tem também candidatos a vereador derrotados nas Eleições 2020 que já buscam articular, de alguma forma, algum cargo público na gestão da prefeita eleita Vera Lúcia Alves, a Vera Morena (PP). Por falar em cargo de confiança, e aí, Vera: Ener continua ou não na Administração Municipal no seu governo?
P.S. – Dizem as más línguas que Mazucato tem sérias pretensões de se lançar candidato a deputado nas Eleições 2022. Se será a deputado estadual ou federal, ainda não se sabe. Oficialmente, o prefeito não se manifestou sobre o assunto, mas nos bastidores, há quem jure de pé junto que ele será candidato. O tempo dirá. Vale lembrar que, o ex-prefeito Wilson Aparecido Pigozzi, quando se lançou candidato ao Legislativo Estadual, obteve cerca de 20 mil votos. Em 2018, o vereador Adenilson Aparecido Barbosa, o Exclusivo (PDT), que nunca foi prefeito, obteve em torno de 4 mil votos. Se essa eleição para deputado fosse hoje, com Mazucato se candidatando após dois mandatos consecutivos como prefeito, qual seria sua votação? Alguém chuta algum palpite? Inté…
