Médicos peritos do INSS entram em greve; adesão é de 85%, segundo entidade

Em greve há uma semana, os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tiveram nesta quarta-feira (30) a adesão dos peritos médicos federais à paralisação. A categoria soma cerca de 3,2 mil profissionais da saúde que realizam as perícias necessárias, por exemplo, em casos de pedido de afastamento por invalidez.

A estimativa da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) é de que 85% desses servidores tenham aderido à mobilização, com variações dependendo da região do país.

— Informamos a nossa paralisação de forma muito forte em todo o Brasil, diante da intransigência e das respostas evasivas do ministro Onyx Lorenzoni em audiência que participamos ontem (terça-feira, 29) à tarde e à noite, sem resposta à pauta de reivindicações — diz o diretor-presidente da ANMP, Luiz Carlos Argolo.

A entidade também critica a nomeação nesta quarta-feira, sem aviso prévio, de Álvaro Friderichs Fagundes para o cargo de subsecretário da Perícia Médica Federal. O grupo vinha negociando suas demandas com a então subsecretária Mayra Pinheiro.

Com exceção dos peritos médicos, todos os outros profissionais que atuam no INSS do Rio Grande do Sul são representados pelo Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul (SindisprevRS), que está em greve desde a quarta-feira passada (23). A entidade informou que 23 unidades da federação já aderiram à paralisação e calcula que, desde então, houve queda de 40% na produção do órgão federal.

— A expectativa é de que a greve cresça, até porque a pauta é justa: estamos há cinco anos sem reposição salarial, com agências sucateadas, que têm sistemas completamente ultrapassados. Os trabalhadores que estão em teletrabalho têm que arcar com todo o custo de computador e internet sem auxílio do governo — ressalta Alcieres Cardoso da Silva, diretor do SindisprevRS.

A entidade cita a agência de Pelotas e a gerência regional, localizada em Porto Alegre, como locais que estão com restrição de atendimento atualmente, devido à greve.

Procurado, o INSS informou que não se manifestará sobre a paralisação dos servidores. A orientação à população é de que busque atendimento por meio dos canais remotos: o telefone 135, o site e o aplicativo Meu INSS.

Fonte: GZH