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Não aceitamos a política genocida do governo do Estado. Só voltaremos às aulas presenciais no pós-pandemia!

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Em São Paulo, o governador e seu secretário da Educação insistem na decisão irresponsável de retomar as aulas presenciais. O adiamento da data de retomada, de 8 de setembro para 7 de outubro, não resolve qualquer problema, pois o país e o estado vivem um quadro grave da pandemia de Covid-19 e a retomada das aulas presenciais poderá agravar, e muito, esse quadro.

Nosso país ultrapassou o marco de 105 mil mortos pela Covid-19, sendo mais de 26 mil no estado de São Paulo. Dos mais de 3,2 milhões de casos confirmados em todo o Brasil, pelo menos 674 mil ocorrem em nosso estado. Como pensar em volta das aulas presenciais neste quadro, sobretudo considerando que as escolas públicas não possuem as mínimas condições para isso?

A volta às aulas no Amazonas provocou novos contágios. Em Israel, levou a uma grande alta de casos entre estudantes. Na França e na Alemanha, escolas voltaram a ser fechadas após grande número de novos contágios de Covid-19.

Como todos sabemos, na maioria das escolas não há ventilação ade- quada, os banheiros estão em péssimas condições, não há bebedouros, falta até mesmo papel higiênico. Grande número de salas de aula são pequenas e não oferecem condições de isolamento entre os estudantes. Em todo o período de pandemia, o governo Doria não tomou providências para resolver esses problemas. Como acreditar que haverá álcool-gel, máscaras e demais requisitos para a segurança sanitária nas unidades escolares, se não há funcionários em número suficiente para cumprirem as mais elementares tarefas?

Defendemos um projeto arquitetônico das escolas adequado, com as condições necessárias para o processo ensino-aprendizagem, com segurança sanitária e isolamento social, de acordo com o projeto APEOESP/IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil) que será oportunamente divulgado.

É preciso que o Governo do Estado realize um amplo processo de reformas e adequação das unidades escolares e garanta a testagem em massa para toda a população, especialmente para a comunidade escolar.

Não aceitamos que governo tente transferir suas responsabilidades para os pais e os professores, realizando pressão para a volta das aulas presenciais, sem qualquer segurança sanitária. Que o governo assuma o papel para o qual foi eleito e garanta o direito à vida. Vamos processar o Governo do Estado de São Paulo caso ocorra óbito em função da volta às aulas presenciais em plena pandemia.

Não queremos fazer de conta que o ano letivo de 2020 aconteceu.

Orientamos os professores e as professoras a não retornarem às aulas nem em 8/9, nem em 7/10, pois a defesa da vida é mais importante que tudo. Nos Conselhos de Escola e em todos os espaços escolares devemos lutar para que as unidades não aceitem o absurdo do retorno às aulas em 2020. Os anos letivos de 2020 e 2021 podem transcorrer de forma concomitante durante o ano de 2021. O ano letivo pode ser recuperado, vidas não!

 

 

Fonte: APEOESP (Informa Urgente 97/2020)

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