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O “novo” ensino médio e a gestão democrática da Educação Vamos

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-Quem conhece a trajetória do secretário de Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, consegue enxergar seu pendor -autoritário.

-Sucessor de Mendonça Filho no MEC do governo Michel Temer, sua trajetória fala por si.

-Ao anunciar a implantação, em São Paulo, do “novo” ensino médio, mantém-se coerente com sua linha autoritária.

 

Vamos aos pontos, didaticamente

1-A implantação de uma nova política pública durante a vigência de um estado de emergência decorrente de uma pandemia que já vitimou quase 100 mil brasileiros mostra estratégia tacanha de evitar o (necessário) debate, no âmbito da gestão democrática da Educação, mandamento de grandeza constitucional que ele não pode fingir que não existe.

2-Em idêntico sentido, a medida alija os Conselhos de Escola, protagonistas da política pedagógica no âmbito das unidades de ensino, de conhecer o projeto e discuti-lo com a comunidade escolar. Cada escola é um mundo e não há como pensar a Educação a partir da lógica de um gabinete.

3-Lógica, aliás, que é a marca do “Novo” Ensino Médio: uma política que não é amigável para o aluno trabalhador e para a modalidade EJA; que oferece uma trilha formativa fechada, sem margem para o protagonismo dos estudantes; e que precariza o magistério com a possibilidade de contratação de profissionais sem habilitação, a partir de um conceito vago de “notório saber”.

4-Todos os esforços da SEDUC, neste momento, deveriam estar concentrados na mitigação dos efeitos da pandemia na política educacional. E na preparação cuidadosa para um retorno às aulas que, neste momento, não é seguro e tampouco adequado.
5-Era o momento de apresentar um plano consistente de adaptação das mais de 5 mil escolas estaduais a um novo normal que está baseado no consenso de que o distanciamento físico é indispensável e que medidas estruturais, tais como acesso à ventilação, sinalização e alteração nas dinâmicas escolares são imprescindíveis para assegurar condições sanitárias para garantia do direito à vida.

6-Menos alunos em sala de aula e prédios compatíveis com as demandas pedagógicas do tempo presente, acolhedoras e generosas com o que quer a juventude: eis o que precisamos!

7-Em recente entrevista, o secretário afirma que os alunos precisam voltar às aulas, porque se sentem deprimidos. Além de falar sem dados concretos, seu descuido com as palavras deixa transparecer que Centro de Mídias foi mal planejado. Custou bilhões de reais e atendeu a uma minoria, em plena era digital. Contribuiu para aprofundar a desigualdade que o secretário não poderia ignorar.

Além de todo esse descalabro, há fortes indícios que o governo Doria quer votar a Reforma Administrativa durante a pandemia, o golpe mais duro da história no funcionalismo público paulista. Não vamos permitir

 

Fonte: APEOESP (Informa Urgente 94/2020)

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