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Sem registro, sem salário e sem poder sair: flagrantes mostram trabalhadores em situação análoga à escravidão

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Uma força tarefa foi montada para apurar denúncias de trabalho análogo à escravidão em fazendas de café no Sul de Minas Gerais. A operação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego foi responsável pelo resgate de 23 trabalhadores, entre eles, um adolescente de 16 anos.
Em três fazendas, os auditores identificaram trabalho degradante . Os proprietários foram obrigados a pagar multas rescisórias de aproximadamente R$100 mil. Todas as fiscalizações tinham como alvos trabalhadores migrantes, da Bahia e do Norte de Minas.
“Toda denúncia, nós recebemos muitos trabalhadores, que são aliciados de muitas regiões e estados para vir para cá. E, claro, que nem todos ficam assim, mas a maioria.”
“O Sul de Minas infelizmente é um palco de trabalho escravo na cafeicultura. É comum você encontrar todos os anos trabalhadores nessa situação em várias fazendas. É uma longa briga, que não garante dignidade para os trabalhadores, infelizmente”, ressalta o coordenador da articulação dos empregados rurais, Jorge Ferreira.
No primeiro alvo da fiscalização, a denúncia que os fiscais receberam era referente à existência de trabalhadores de Caxias, no Maranhão, em condições degradantes de trabalho em uma fazenda de café em Nova Resende, em Minas Gerais.
É dever do empregador: fazer o registro na carteira de trabalho, mesmo em contrato de curta duração, oferecer equipamentos de proteção como luvas, chapéu e botas, além de local para refeições e banheiro próximo à área de colheita.
Questionado sobre os motivos pelos quais os trabalhadores não foram registrados formalmente, o produtor de café Vagner Freire da Silva respondeu:
“A gente acha melhor fazer assim. Complica muito as coisas da gente você registrar. É muito pouca a terra que a gente tem, como pequeno produtor, né?”, afirma.
A reportagem também questionou Vagner sobre a alegação de alguns funcionários de que ele não deixa eles saírem da fazenda por receio da fiscalização.
“A gente pede para eles ficar mais aqui, a gente coloca tudo para eles aí, remédio, mas a gente pede para não ir para não ter muito atrito, né?”, afirma.
Após o resgate, o dono da propriedade precisa fazer o acerto das verbas rescisórias e somente depois os trabalhadores vão retornar para casa.
Fonte: G1
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